No período de Ana Terra, são marcantes as roupas de tons como bege e marrom, feitas com tecidos naturais e acabamento simples. Já no início do povoamento de Santa Fé, há uma evolução no figurino dos moradores, especialmente naqueles de família mais abastadas, como é o caso dos Amaral.
Palas, ponchos, xales, chapéus de couro, fivelas de metal foram confeccionados por artesãos de Uruguaiana, São Borja, Passo Fundo, entre outras cidades gaúchas, além de profissionais de cooperativas do Rio de Janeiro.
No entanto, alguns personagens, como é o caso de Luzia (Mayana Moura), permitiram ao figurinista Severo Luzardo Filho e à diretora de arte Tiza Oliveira uma liberdade poética para criar. Luzia é uma forasteira em Santa Fé, de origem incerta e costumes raros para as pessoas do local. Tem uma altivez que inspira arrogância, e abusa de roupas incrivelmente elaboradas, que de fato destoam da realidade de Santa Fé. Para criar o figurino de Luzia, Severo buscou tecidos importados, rendas, chapéus e prataria para compor acessórios – inclusive em antiquários argentinos.
Durante as filmagens, em Bagé, a equipe se impressiona a cada vez que Mayana surge em cena. Seja ostentando um luto luxuoso ou passeando com um deslumbrante vestido azul claro, Luzia está sempre usando vestidos minuciosamente elaborados, que ajudam a compor uma das personagens mais intrigantes da obra de Erico Veríssimo.
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